38.
olá, vocês sabem como se sentem?
já faz um longo tempo, eu sei. senti uma falta absurda de escrever. nuns dias mais que em outros. poucas coisas concretas mudaram desde então, mas eu me aproximei um pouco mais de mim. o processo da terapia tem continuado bem. aliás, nunca sei se digo terapia ou se digo análise. isso é uma dificuldade não apenas enquanto nomenclatura, mas dizer análise me soa arrogante e eu tenho sérios problemas (lei-se medo) em parecer arrogante por assumir qualquer coisa que é minha. uma besteira, eu sei. talvez não seja uma besteira, mas é algo que tenho lidado. com a minha possibilidade de apenas ser independente do sentimento do outro.
38.
acabei de completar 38 anos. hoje. antigamente eu mandava emeios e textos e cartões e mensagens avisando a qualquer ser vivo que meu aniversário estava perto. que a pessoa, por favor, se lembrasse. lembrasse de mim, falasse comigo, vivesse isso comigo. o meu dia. eu. meu. dia.
esse ano, eu esqueci. não foi uma coisa NOSSA MEU ANIVERSÁRIO FOI ONTEM mas foi "o que tem amanhã? vish, meu aniversário." e esse vish veio com uma carga enorme. de questionamentos e tentativas de entendimento do motivo do esquecimento. e, mesmo sem entender, escolhi viver esse dia em silêncio. recolhida em mim mesmo. acordei dolorida, cansada, moída, preocupada e tensa. fui pra terapia, saí, passei no banco recolher parte do dinheiro do aluguel. falta outra parte e apenas dois dias para completar.
passei no mercado em busca de algo para comer. talvez quisesse bolo. talvez não. assisti alguns filmes e continuei em casa. fazendo nada, cochilando, comendo, vendo outros filmes. de noite fui jantar na casa da minha mãe. voltei. e estou aqui escrevendo.
em determinado momento, pensei que estava jogando minha vida fora.
segue drama.
passar o dia em casa, fazendo a carne moída da semana, pensando em retomar a dieta, recolhendo a roupa e jogando na mesa de parede, assistindo filmes, tomando água com gás e evitando o celular. que vida merda, não é mesmo? eu estou fazendo 38 e devia estar tantas coisas que nem consigo enumerar.
cansei do drama.
não. não devia nada. essa é a primeira vez em que cada fazer nada foi escolhido e decidido conscientemente. os filmes tinham um motivo, estar na minha casa, cochilar, cozinhar para mim, me cuidar. me priorizar. não dizer sim apenas por dizer e terminar a noite num lugar qualquer dançando entre pessoas que não viram a final da copa de 94. hoje, aos 38, eu cuidei de mim.
e eu queria contar isso pra vocês.
apenas porque sim.
onde estou?
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até mais! :)
quem quiser conversar sobre isso, é só responder ao e-mail.
(eu falei com a minha terapeuta sobre não saber o que responder e ela disse que aprender a receber afeto é uma das razões pelas quais estou lá. eu recebi. e é ótimo saber que você existe).
sigo pensando numa periodicidade que possa ser cumprida e que tenha consistência. esse agradecimento foi escrito na noite do dia 08 de dezembro de 2016, enquanto rodava o filme afternoon delight. ainda não terminei, mas acho que vale até o momento. disponível na netflix.