Amor romântico. Esse desgraçado.
Oi gente. Sem tudo bem mas esperando que todos estejam ok na medida do possível.
Comecei uma carta semana passada e esqueci e comecei outra agora que também se perdeu. O comum entre as duas era o tom de "vamos todos morrer mesmo". Esquecer foi uma medida preventiva. Pra mim e pra você. Então vamos falar sobre? Isso mesmo, amor.
Amor romântico. Esse desgraçado.

No fim de semana, terminei de assistir Tudo bem não ser normal na Netflix. Primeira coisa, é um dorama coreano então algumas coisas estão lá: pessoas excessivamente magras; sorrisos excessivamente brancos, o soju e é claro, o lamén. Mas é um cristalzinho esse programa. Fiquei obcecada desde o primeiro momento e só fui entender lá no final. Estou cansada de ficar sozinha? Não. Estou com saudades de estar apaixonada. O casal é fora do que estamos acostumados. A "mocinha" é uma escritora de contos de fadas com uma pegada de terror, sem família e com dificuldades em se relacionar. O "mocinho" é um cara que trabalha como cuidador e aprendeu a repreender todas as emoções para facilitar a sua vida com seu irmão mais velho, que é autista. Os dois são órfãos desde crianças e cresceram sozinhos. Mato minha analista de tédio ainda. Onde já se viu usar mocinha e mocinho? A educação cristã é avassaladora.
Pois bem.
É muito bonita a forma como eles se apaixonam e é muito competente (sim, eu disse isso) como a série vai nos levando pelas sucessivas transformações que uma paixão genuína nos causa. Tem uma cena em que ele, o rapaz que só tem virgem no mapa, fala sobre como sua vida se tornou um caos. Mas ele diz isso olhando nos olhos da mulher que ele ama e sorrindo e gargalhando e entregue à essa sensação poderosa de que enxergar possibilidades e ganhos e alegrias quando tudo desmorona. Não sei se estou pensando em paixão ou amor. Mas, naquela cena, entendi que é isso que me falta. Nesse momento. Aí entrei numa questão sobre ser gorda e ser amada; ser gorda e amar-se; ser gorda e se permitir ser amada. Todo um rolê de socialização que estou trabalhando para um artigo futuro.

Mas então sobre o que estou falando? Acho que é amor romântico mesmo. Dos primeiros momentos do amor romântico quando as piadas em conjuntos estão em construção; quando tem saudades e desejos e carinhos e descobertas. Acho que tenho sentido falta disso na vida também. Não apenas no amor romântico. Enfim, não sei muito bem porque quis falar disso. Acho que é esperança. Tipo, de sairmos bem dessa e nos encontrarmos e descobrirmos que sim, eu ou você, somos o crush de alguém que merece nossa admiração. Alguém que nos merece e que nós merecemos, de fato. Algo saudável e legítimo e bonito. Algo que nunca tive. Enfim. Vou começar a reclamar de novo. Mas, então, pensei que precisava amenizar essa sensação de vazio deixada por Tudo não ser normal e emendei com Love is a bonus book e eu volto depois pra falar dele porque, além de tudo, ainda se passa numa editora. Quem não quer ser amada, afinal?
Amor romântico. Esse desgraçado.
Até semana que vem :)
Faça o possível.
Ah, escrevo e mando. Sem revisão. Respeito os erros e os atos falhos para que essa conversa seja o mais natural possível. Se é que isso é possível. Por onde estou:
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