Maria Valéria Rezende, 10/10 confusa, muitos links e só mulheres
Oi, o que temos pra hoje?
10/10 confusa

Tão dispersa que peguei o carregador do celular e não sei onde o deixei cinco segundos depois de deixar o carregador logo ali onde ele não está. Aparentemente houve um passaralho dos meus neurônios e estou perdida no corredor de casa pedindo ajuda a vocês. Haja o que houver, não me levem para lavar louça. Tem um poema da Emily Dickinson que diz:
Não sou Ninguém! Quem é você?
Ninguém - Também?
Então somos um par?
Não conte! Podem espalhar!
Vim aqui espalhar que também não sou ninguém nessa segunda-feira. A chuva começou na madrugada e consegui salvar algumas roupas do varal e agora minha sinusite cobra o preço. Espero honestamente que seja apenas ela. Mais uma semana de isolamento, distanciamento ou exílio social. Anda tudo tão pesado que buscar leveza tem sido exaustivo. Mas confesso que tive dois momentos de plenitude nesse final de semana. Ambos no Festival Leia Mulheres. O primeiro com a mesa da Maria Valéria Rezende falando sobre a ficção e o ofício da escrita. Tão bonito ela contando que sempre escolheu a literatura ante à teoria, que isso lhe ensinava mais. É algo corajoso a ser dito, sabe? A teoria é importante mas, não raro, muitos critícOs a consideram maior que a própria literatura.

Críticos que estudam literatura e consideram a crítica melhor que a literatura
Maria Valéria pegou meu sábado, acolheu e devolveu a ele a dignidade perdida. Inclusive segue o link da loja dela que envia tudo autografado, com dedicatória e frete grátis. "No Brasil, frete grátis é bondade". REZENDE, Maria Valéria. Sábia. No dia seguinte, participei da mesa na condição de autora. É, autora. Foi a primeira vez que assumi publicamente essa condição. A mesa pode ser vista aqui e junto com a Nina Ferreira, a Tatiana Nascimento e a Pilar Bu falamos sobre o silenciamento do ofício da escrita e como uma mulher não tem o privilégio de abrir o computador, escrever, publicar, divulgar e chamar-se de escritor bonito aos olhos do pai. Simples. Mulheres não. Repito aqui o que disse na mesa, estou falando da posição de mulher branca e com muitos privilégios, mas mulher. O silenciamento da nossa escrita é também o silenciamento da nossa rotina, história, vivência. Não afeta apenas como escrevemos ou o que escrevemos, mas se escrevemos. Dizer-se escritora é dizer-se pessoa.
Também li um trecho do livro que escrevi Sabendo que és minha, que sai em setembro pela Jandaíra (ex Pólen Livros) e foi a primeira vez que li um trecho do livro publicamente. Foi emocionante. O que fiz hoje? Revisei o livro junto ao preparador. É isso. Escrever é trabalho. É um ato contínuo de ações e procedimentos para a formação de um texto como esse ou um livro como o que lemos. Romantizar a escrita e a publicação é também silenciar o trabalho de uma série de pessoas. Defenda o livro e assine contra a tributação do livro.
Voltou a chover. Forte. Minha cabeça também voltou a doer. Lembrei de outro poema da Emily Dickinson. Aproveito para dizer que nos vemos semana que vem ou lá nas minhas redes. Inclusive estou com a meta de ter 666 assinantes em todas elas. Me ajuda? Essa é minha meta no momento. Metas aleatórias sempre trazem alguma alegria.
Há a solidão do espaço
A solidão do mar
A solidão da morte, mas
Parecem Comunhão
Ante o ainda mais profundo sítio
A polar solidão
Da alma que a si admite -
Infinito finito

Achei tão bonito esse gif que quis dividir
Ah, escrevo e mando. Sem revisão. Respeito os erros e os atos falhos para que essa conversa seja o mais natural possível. Se é que isso é possível. Por onde estou:
Meta: 666 em cada rede. \o/
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Instagram: @fabrina.martinez (fotos e stories e histórias do <3)
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