Planos e desorientação

*escrevendo enquanto Abracadabra rola como ruído branco*
Oi gente, tudo bem? Pergunta retórica pois sabemos.

Coloquei a foto do Parasita só para parecer cool, mas a verdade é que, nesse momento atual da pandemia, tenho me sentido (e muito) a Winifred Sanderson (Bette Midler) em Abracadabra. Confusa porém acreditando numa grande conspiração atolada em conceitos próprios e, eventualmente, me sentindo maravilhosa e inteligente. Ou seja, prestes a fazer um plano que dará errado.
Parte do meu trabalho é todo baseado em planejamento e execução. Aí quando chega o momento de cuidar da minha vida, quero distância de planilhas e datas. Isso atrapalha e muito as coisas. Mas é algo que preciso lidar. Semana passada comecei a colocar a casa em ordem. Bem, meu computador antigo parou. Foi no sábado de manhã e na segunda eu precisa trabalhar. Com ele. Levei na autorizada que me disse não ter peças pois se trata de uma peça vintage, de 2013. Sete anos e vintage. Aos 42 me senti medieval. Foi quando decidi sair daquela marca. Nem a fruta é boa, parece o isopor da natureza. O mesmo tinha acontecido com meu celular. Além disso, claramente não faço parte das pessoas que podem pagar por aquilo, pois pobre.
Tal qual uma medieval, fui numa loja e comprei um computador novo em seis vezes e saí de lá suando frio com medo de perder todos os clientes e nunca poder pagar isso. Não ser detentora dos meios de produção é exaustivo. Ser brasileira é exaustivo. Deveríamos ter auxílio insalubridade. Sabe, tem um tempo que essa janela está aberta e eu não sei muito bem o que dizer. Tenho essas épocas de silêncio interno em que me parece que nada deva ser dito, mas sinto falta de estar em silêncio acompanhada.
Tenho recebido os primeiros feedbacks do Sabendo que és minha e, assumo, estou feliz e assustada com eles. Publicar um livro é como engravidar, é ter que lidar com uma parte de mim que não sou eu. Acolher essas respostas é um processo interno que está em construção. Então, decidi acolher meu silêncio. Nem sempre vou conseguir dizer coisas, acolher coisas e ser legal. Hoje é um desses dias. Por isso, o que ofereço honestamente é silêncio e companhia.
Boa semana e que sejamos o que podemos ser.
Ah, escrevo e mando. Sem revisão. Respeito os erros e os atos falhos para que essa conversa seja o mais natural possível. Se é que isso é possível. Por onde estou:
Livro: Para comprar o Sabendo que és minha, você pode mandar e-mail para oi@fabrinamartinez.com

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